segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

A magia da música!!

FILIPA ALVES
Associada da ADLEI

Li na revista Além Mar, um artigo sobre a Orquestra Sinfónica de África, a única em todo o continente, residente na República do Congo. Vi no Youtube, um filme dessa orquestra. Que sorte! A energia dos músicos e a sua motivação são um exemplo, uma inspiração, uma lufada de ar fresco e ânimo para a vida. As dificuldades, nem as vou enumerar, deixo à imaginação do leitor. Também não vou enumerar as diversas situações em que estamos muito melhor que outros. Não serve. Não satisfaz. Lanço antes um desafio: deixemo-nos levar pela magia da música! Nós precisamos dela para a vida quotidiana. E a vida quotidiana é essencial para sustentar a música. Nesta região, possuímos um património musical invejável, um conjunto de associações e escolas, desde os Ranchos Folclóricos às Bandas Filarmónicas que trabalham há muitos anos e contribuem todos os dias para essa magia. Porque não experimentar? Não sabemos? Os que começaram também não sabiam antes de começar… se assim fosse, nunca aprenderíamos a andar! Qual escolher? O que estiver mais à mão! Estas associações, algumas até passaram a ser escolas, mas têm na sua génese algo que agora é tão necessário: Viver com pouco, com a certeza porém de que em conjunto a Magia acontece! E a magia não se explica, não se vê e não se conta, mas alimenta e sustenta a vida!

In Diário de Leiria,  19 de Novembro de 2012

terça-feira, 19 de junho de 2012

Proposta para mais informação e participação dos cidadãos nas Assembleias e Consultas Públicas no Poder Local

Proposta da Direcção da ADLEI

A Associação para o Desenvolvimento de Leiria (ADLEI) considera que o desenvolvimento local, regional, e até nacional, se relaciona, entre muitos fatores, com envolvimento e participação cívica dos cidadãos na vida cívica e política do espaço geográfico onde vivem e desenvolvem atividades económico-sociais.
Temos a consciência de que a participação cívica política – independentemente dos partidos em causa - nos vários órgãos associados ao poder local, por parte dos cidadãos, está longe de ser ótima. A participação política, nos assuntos mais diretos e próximos dos cidadãos, enquanto munícipes, é essencial para o desejado nível de informação que pode levar a uma nova empatia e realizações sociais. Só com comunidades envolvidas nos assuntos locais e regionais podemos congregar esforços coletivos em prol do interesse comum.
Apesar das razões para os baixos níveis de participação em assembleias de freguesia, assembleias municipais, atos de consulta pública e outros serem muito variadas, com responsabilidades partilhadas, consideramos que as Juntas de Freguesia e Municípios poderão fazer mais para incutir nos cidadãos o hábito da participação e intervenção cívica política. Para isso, muitas vezes, basta informar mais. Muitos cidadãos desconhecem os seus direitos e oportunidades de participação. Comprova-se que os editais, afixados nos espaços habituais, do modo tradicional, estão longe de se adaptarem ao modo como a informação flui nos dias de hoje, cada vez mais direcionada para as tecnologias da informação e comunicação, nomeadamente para o uso de computadores e Internet.
Assim, a Direção da ADLEI, sugere que possam ser criadas newsletters, pelos vários municípios da região. Cada munícipe, através dessa nova opção, poder-se-ia registar online e passar a receber no seu correio eletrónico as datas, locais e ordens de trabalhos de cada assembleia - municipais e de freguesia. Em simultâneo com esta opção, recomendamos que na página de cada município, perto do formulário onde se poderia submeter a newsletter, constasse informação sobre os direitos e modos disponíveis para que os cidadãos possam participar ativamente em cada um dos atos públicos, tal as ligações para os vários resumos e atas das anteriores sessões de assembleia.
As propostas em causa podem ser de fácil implementação e, com as devidas alterações e adaptações para a realidade de cada município, contribuírem para o desenvolvimento e aprofundar da cidadania participativa. Desse modo, o próprio poder local poderá aproximar-se mais dos seus fregueses e munícipes.
Esperamos que esta nossa sugestão possa ser considerada também como um contributo cívico para o desenvolvimento da própria cidadania participativa ativa, essencial para o desenvolvimento da própria democracia e suas práticas na região.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Tertúlia sobre Ciência em Portugal

Em mais uma tertúlia Olhares, realizada na Livraria Arquivo, com parceria também da ADLEI, do IPL e do Jornal de Leiria, falou-se de ciência em Portugal, tendo como convidado principal o Doutor Carlos Fiolhais, autor do livro “A Ciência em Portugal”, editado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS).

A tertúlia dividiu-se em três partes. Na primeira foi feita uma intervenção do Doutor Nuno Mangas, que, enquanto Presidente do IPL, referiu o papel do IPL ao nível do desenvolvimento e da investigação científica na região. A segunda parte foi dedicada ao livro e obra de Carlos Fiolhais. A terceira consistiu no debate, com sequências de perguntas e respostas entre o orador e o público presente. A sessão foi moderada pelo Doutor Luís Távora, Diretor da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria.


Se seguida divulgamos, em tópicos, a síntese resumida do que foi tratado na sessão em causa.

1ª Parte: Doutor Nuno Mangas – Presidente do IPL
• Os politécnicos nunca foram devidamente financiados para fazer investigação, nomeadamente da FCT.
• O IPL tem um gabinete de apoio a pequenos projetos de investigação e desenvolvimento, mais direcionados para as PME.
• Há ainda muito trabalho a fazer na aproximação ao mundo empresarial.
• Tem de haver um trabalho desde muito cedo junto das crianças para as fazer aproximar da ciência.
• A investigação do IPL tem de ser algo mais direcionado para o desenvolvimento, ligado diretamente às empresas.
• A impossibilidade do IPL dar doutoramentos condiciona muito a ação e investigação na instituição. Existe a necessidade de ter doutoramentos em áreas que se relacionem diretamente com o mundo empresarial.
• O IPL tem muitos projetos de milhares de euros em curso relacionados com investigação e desenvolvimento, sendo a tendência para um contínuo crescimento.
• O IPL não foi apoiado na qualificação do seu corpo docente mas mesmo assim tem feito grandes melhorias nesse sentido, com uma grande percentagem do corpo docente com doutoramento ou em fase final de conclusão.

2ª Parte: Doutor Carlos Fiolhais – Cientista e autor de “Ciência em Portugal”
• O país e o IPL mudaram muito nos últimos anos. Apesar da crise decorreu um progresso imenso de desenvolvimento.
• Há 30 anos grande parte dos doutoramentos faziam-se no estrangeiro, “não se tratava a ciência por tu mas por você, era algo distante da realidade do dia-a-dia”.
• O número de doutores em Portugal multiplicou-se por 10 e os artigos por 20.
• Ainda são muito evidentes as influências do atraso do país e disso com direta relação com o analfabetismo do início do século xx.
• O atual desenvolvimento e efeitos do crescimento da ciência em Portugal só se vai sentir daqui a uns anos.
• Hoje a riqueza vem da inovação e desenvolvimento da ciência. “Em Portugal apanhamos o comboio há poucos anos”.
• “No cérebro humano nunca há crise”. Portugal está em muito melhor posição do que já esteve. Mas o investimento em ciência só foi possível devido aos fundos europeus. Por mais crise que tenhamos nunca deveremos desistir da educação e ciência para o desenvolvimento.
• O ensino superior cresceu de súbito e de um modo destruturado. “Há que casar melhor a ciência com o ensino superior”.
• Tem de se estudar e definir que tipo de ciência se devem os Politécnicos fazer. A tendência será sempre para temáticas mais práticas e ligadas às empresas.
• Existe uma dificuldade de ligação da ciência com as empresas. Formamos muitos doutores que não encontram trabalho nas universidades nem nas empresas. Isso leva depois à emigração e a perda de riqueza nacional.
• Nos países mais desenvolvidos a grande parte da investigação, cerca de 2/3, é feita diretamente para e nas empresas.
• O mundo não está a ficar mais pobre, algumas empresas crescem muito. Existe é cada vez mais assimetria.
• É imperativo melhorar laços no triângulo: empresas, pessoas, e ciência.
• Tem de haver o reforço da cultura científica. Há que compreender a ciência e os seus benefícios. Quem não sabe ciência não a estima. “Os cientistas são os enviados da humanidade às fronteiras do saber”, mas têm de dar noticias.

3ª Parte: respostas e reflexões de Carlos Fiolhais
• Tal como cresce a ciência crescem as suas antagónicas. Temos de se saber viver com essa contradição. A solução passa por a ciência ser mais pedagógica.
• Um entrave à contratação de colaboradores com grande formação para as empresas deve-se a vários fatores, um deles relaciona-se com a baixa forma dos empresários nacionais, que, em média, tem menores qualificações que os seus colaboradores.
• A rede das instituições científicas, apesar de existirem muitas entidades, não funciona em rede. Existe um grande problema de comunicação, e são muitas as barreiras que se levantam pelas próprias entidades, “existem muitas capelinhas”. Falta a confiança.
• Com a falta de dinheiro para o financiamento do sistema de investigação, será obrigatório um emagrecimento global. Deve haver uma profunda reflexão sobre essa reforma.
• Com Bolonha não houve melhoria evidente. Mudaram-se apenas os nomes, o resto manteve-se.
• O problema científico está muito mais nos primeiros níveis de ensino que nos últimos. É logo nas idades mais jovens que se deve despertar nas crianças o gosto pela ciência, e não tanto já nos últimos anos de ensino. O nosso problema hoje não é o analfabetismo mas mais as suas influências passadas, por exemplo a falta de cultura científica. Deveríamos introduzir a experimentação nos níveis mais inferiores do ensino.

A sessão acabou com período destinado ao autografar dos livros do autor convidado.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Democracia para totós


DIOGO GASPAR
Membro da Direção da ADLEI

«Eles trabalham todos os dias e nós, quando nos exigem um trabalho de quatro em quatro anos, faltamos». A afirmação é de Nilton, humorista português, na qualidade de participante no programa «Prós e contras», de 26-03-2012. Uns – mais distraídos – entendê-la-ão como uma tirada retórica, outros – os que vêm na abstenção uma forma de protesto – uma afirmação condescendente para com eles, os políticos. Certo estará que ela não deixa de expressar, com evidência, a imoral taxa de abstenção da nossa democracia, eminente chaga de cada ato eleitoral.

A abstenção eleitoral fere a legitimidade de decisões que exigiriam um amplo consenso popular. Abordar este problema é levantar a ponta de um véu (fácil de entender porque expresso pela estatística), das fraquezas da nossa democracia e, em especial, da falta de participação cívica.

Não duvidamos de que os cidadãos têm razões que bastem para desconfiarem das instituições e dos políticos, sobretudo numa altura em que, mercê da instabilidade financeira, periga a coesão social e se assistimos ao definhar da economia. Mas pior do que isso é verificar, no inventário das crises que atravessámos nas últimas décadas, que não aprendemos com os erros: ficamos com a sensação de que os sacrifícios que fazemos hoje não servirão para mudar o modelo de funcionamento do sistema: um interesse público funcionalizado por interesses materiais e uma democracia bloqueada por agendas de poder.

O país precisa de políticos determinados e de consensos alargados, não apenas para debelar crises, mas também para construir estratégias de desenvolvimento. Sem prejuízo de uma livre competição partidária, necessitamos de uma maior cooperação, firmado numa espécie de contrato social, nomeadamente no que toca à promoção da solidariedade intergeracional, evitando a exploração orçamental das gerações futuras. 

A democracia não se esgota nos partidos, mas a sua reciclagem é essencial. Permitimos-lhes que procedessem à sovietização do regime, fazendo do Parlamento o seu monopólio e da Administração Pública a sua coutada. Os partidos, enredados na malha das clientelas, têm de auscultar a sociedade civil e especializar-se na produção de ideias, fazendo do Parlamento não uma uma caixa-de-ressonância do Governo, mas antes o seu pulmão. 

Daqui a dois dias, quando escutarmos os discursos de comemoração sobre o 25 de Abril, deveríamos interrogar-nos sobre estes problemas. E evitar que eles continuem sem resposta. A bem da democracia (também) é esse o nosso papel.

in Diário de Leiria, 23 de abril de 2012

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Memorando da ADLEI para a Sra. Ministra da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território

Memorando apresentado e entregue em mão à Senhora Ministra da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território Prof. Dr.ª Assunção Cristas, aquando da sua visita a Leiria, no âmbito do Jantar-Conferência da NERLEI, Novos desafios para o setor agroalimentar


As prioridades abaixo listadas constituem algumas das áreas estratégicas que merecem a maior atenção da ADLEI e um alargado consenso por parte de entidades públicas e privadas da Região de Leiria, sendo consideradas de relevante importância para o desenvolvimento da Região de Leiria e o seu contributo para o País.


1 – TERRITÓRIO

Aspetos relevantes:

- Legislação aplicável nas áreas do ordenamento, planeamento, licenciamento, construção, é constituída por milhares de diplomas, em muitos casos contraditórios entre si, imprecisos na linguagem e nos conteúdos.

- Planeamento. Não existe a desejável integração de conhecimentos, de propostas, de gestão no terreno entre os vários níveis de intervenientes nem entre as diferentes figuras de planos.  

Propostas: 

- Proceder à compatibilização e síntese de todo o acervo legislativo aplicável, estabelecendo uma calendarização rigorosa e responsabilizante, com a participação das entidades públicas e privadas envolvidas.

- Proceder à efetiva coordenação de entidades públicas e privadas, na horizontal e na vertical, de figuras e de planos em elaboração ou já eficazes, por forma a garantir uma efetiva coordenação de objetivos e resultados, a favor da requalificação do território, do bom e cómodo desempenho das atividades, da qualidade de vida dos Cidadãos.


2 – AGRICULTURA

Aspetos relevantes:

- Produção. Existe grande potencial produtivo no sector agrícola da Região de Leiria, que foi vitimada por políticas e objetivos económicos e financeiros errados e causadores da gigantesca dependência e défice alimentar de Portugal.

- Distribuição e preço dos produtos agrícolas no produtor estão esmagados pelo capital financeiro que domina a distribuição até ao consumidor final. Os produtos portugueses sofrem uma concorrência desleal, em qualidade e preço, de produtos oriundos de outros continentes com condições laborais e sociais deploráveis, humanamente indignas.
  
Propostas:
 
- Definição participada de políticas incentivadoras da produção agrícola; tomar o Perímetro de rega do Vale do Liz como área estratégica e exemplar para a produção agrícola, retomando os projetos já existentes para aumento da produtividade destes campos do Liz. Promoção de uma nova Lei das Sesmarias adaptada aos condicionalismos presentes mas igualmente orientada para eliminar o abandono das terras e promover valor na produção agrícola.

- Assumir e exercer a regulação do sector agrícola, que apenas compete e é exigível à governação nacional, por forma a retribuir ao produtor o justo valor dos seus produtos na cadeia da distribuição até ao consumidor final. 

3 - AMBIENTE

Aspeto relevante:

- Suinicultura. O ineficiente tratamento dos efluentes desta atividade pecuária, constitui um grave problema para os solos, águas de superfície e não só, a qualidade do ar, que se torna irrespirável em vastas áreas da região, percetível, até quando se circula na rede rodoviária. Constitui um evidente constrangimento para os cidadãos e o turismo. Esta atividade pecuária possui grande interesse para a economia da Região e do País, deficitário também em carne de suíno e seus derivados.

Proposta:

Retomar projetos e políticas já definidas e dar-lhes execução, para completa resolução deste grave problema ambiental que afeta extensas áreas da região.

4 – MOBILIDADE REGIONAL, INTER-REGIONAL E INTERNACIONAL

Aspeto relevante:

- Acessibilidade nacional e internacional. A região de Leiria possui fortes fluxos anuais de passageiros, na ordem de alguns milhões. Se do ponto de vista rodoviário está bem servida, nas modalidades da ferrovia e do transporte aéreo poderia estar bem melhor e com grandes ganhos para a região e o País. 

Propostas:

- Linha do Oeste. Assumir a Linha do Oeste como importante e decisiva infraestrutura de transporte de mercadorias (a Região é fortemente exportadora e a ferrovia é rentável) e de passageiros. Requalificar a infraestrutura e o material circulante desta linha, que interessa uma rede urbana que vai de Lisboa a Torres Vedras, Caldas da Rainha, Leiria, Figueira da Foz, Coimbra. É um importante subsistema urbano com forte expressão económica e populacional à escala nacional.

- Aeroporto de Monte Real. Disponível para servir de plataforma aérea para o Oeste e Centro, capaz de servir milhões de passageiros. Implementação deste aeroporto também como infraestrutura civil.

O Presidente da Direção da ADLEI,
José Charters Monteiro
Leiria 12 de Abril de 2012

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Cidadania e ambiente

CLÁUDIO DE JESUS
Membro da Direção da ADLEI

Há alguns anos atrás, numa apresentação para alunos universitários, exemplifiquei com recurso a três exemplos, inadequadas práticas de cidadania para com o meio ambiente.

E os três exemplos foram: cascas de tremoços e pevides, maço de cigarros amachucado e fralda descartável já usada – todos atirados para o chão ou pela janela do automóvel! A estes exemplos poderíamos somar diversos outros, desde o clássico cuspir para o chão, apertar violentamente a buzina do automóvel (a propósito, já alguém ouviu buzinar num país nórdico?) ou mesmo deixar o cocó do cão no meio do passeio.

Todos os leitores se recordarão de ter vivenciado pelo menos uma vez na vida este tipo de práticas que, infelizmente, não parecem ter mudado muito com o passar dos anos. Se assim não fosse, não continuaríamos a ter rios poluídos (e o exemplo do Lis é bem gritante), empresas a tentar contronar encargos com sistemas de protecção ambiental (evitando investimentos em estações de tratamento de águas residuais, filtros e despoeiradores e sistemas de atenuação de ruídos).

Em 2003, a empresa regional de tratamento de resíduos sólidos urbanos, em colaboração com as Escolas Secundárias da Marinha Grande e de Vieira de Leiria, organizou uma marcha pela natureza, apelando acima de tudo, à melhoria de comportamentos cívicos dos condutores e transeuntes da estrada nacional que liga Marinha Grande a Vieira de Leiria. Resultado dessa ação? 1500 quilos de resíduos recolhidos das bermas da estrada numa manhã de trabalho levado a cabo pelos voluntários (alunos e professores) das citadas escolas. Trabalho meritório sem dúvida, mas que de pouco vale se não formos capazes de incutir nos jovens de hoje, que serão adultos amanhã, valores consentâneos com a expressão “bons cidadãos ecológicos”

E como é que isso se consegue? Com muita sensibilização e educação, sobretudo da população em idade escolar, pois jovens com hábitos ambientalmente saudáveis são o garante de um país e de uma região com futuro, salvaguardando a qualidade ambiental dos locais onde terão de viver as próximas gerações. Pensemos nisto, verão que nada custa melhorarmos os nossos hábitos quotidianos em troca de um futuro mais são e equilibrado.

in Diário de Leiria, 9 de abril de 2012

sexta-feira, 30 de março de 2012

Compromissos preliminares do 1º Fórum Leiria Região de Excelência

Do 1º Fórum Leiria Região de Excelência, que decorreu no dia 26 de Março de 2012 na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria - IPL, numa iniciativa da ADLEI, NERLEI, IPL e CMPL, registaram-se os seguintes compromissos preliminares:

PESSOAS
  • Aferir as razões pelas quais o abandono escolar é ainda uma preocupação na Região;
  • Capacitar a Região, os seus residentes e responsáveis políticos para uma ação concertada de lobbying;
    • Organizar um encontro entre Deputados eleitos e outros responsáveis políticos no sentido de reforçar o peso político e a defesa, a uma só voz, dos interesses da Região;
  • Qualificar em contexto de trabalho, possibilitando um contacto com o mundo do trabalho cada vez mais precocemente, envolvendo os primeiros anos de escolaridade;

TERRITÓRIO
  • Elaborar , em simultâneo, entre todos os Municípios a AGENDA XXI
  • Partilhar infra estruturas como por exemplo: os Crematórios
  • Transferir  mais competências para as Comunidades Intermunicipais

GOVERNANÇA
  • Agilizar e acelerar os processos de licenciamento
  • Projetar, prever e pagar, exigências fundamentais para problemas  com soluções diversificadas , mas que é necessário quantificar como por exemplo ; a linha do OESTE ( para que serve e quanto custa)
  • Potenciar as virtualidades do Observatório nomeadamente ( mas não só) o abandono escolar e a conclusão Ensino Secundário

ATIVIDADES
  1. Listar empresas que se podem internacionalizar;
  2. Aproximar e potenciar a ligação entre as Empresas, Institutos e Universidades tendo em vista os resultados;
  3. Concretizar uma agenda conjunta que promova  a capacidade estratégica da Região, nomeadamente o empreendedorismo e a atração de quadros qualificados;
  4. Potenciar sinergias entre o Instituto Politécnico de Leiria, as Autarquias e as Empresas;
  5. Divulgar o que se faz bem e procurar uma ligação mais íntima e mais pro ativa do IPL com a Comunidade;

EQUIPA
  • A equipa  responsável  pela execução e acompanhamento deste projeto, compromete-se a:
  • Promover a continuação destes espaços de reflexão  e a necessidade de organizar outro Fórum com uma periodicidade semestral( já contemplada no projeto)
  • Promover um debate sobre “  O Ensino Superior”
  • Propor formação sobre Empreendedorismo aos Professores do Ensino Básico
  • Organizar sessões sectoriais  sobre cada um destes eixos;

terça-feira, 27 de março de 2012

A cidade e as árvores

ANTÓNIO MARQUES DA CRUZ
Membro da Direção da ADLEI


As cidades, e Leiria não é excepção, são formadas por grandes extensões de materiais inertes: pavimentos de asfalto, pedra, edifícios, placas e postes metálicos...

Esta extensão ininterrupta de materiais inertes traz à cidade alguns problemas como, por exemplo, a impermeabilização do solo que provoca a acumulação rápida e em quantidade das águas pluviais nas zonas mais baixas, o aumento da amplitude térmica diária e anual pelo intenso arrefecimento nocturno dos materiais inertes e pelo seu intenso aquecimento ao Sol durante o dia, a acumulação de poeiras e óleos.


Assim as cidades contemporâneas mais sofisticadas são infraestruturadas não só com a rede viária, esgotos, electricidade, transportes, etc. mas também com uma Estrutura Verde Contínua que interrompe a extensão dos materiais inertes da cidade.


A árvore de arruamento é um elemento fundamental da Estrutura Verde Urbana. As suas copas, troncos e raízes conduzem a água promovendo a sua infiltração no solo, fixam as poeiras e a poluição, regulam a temperatura e a humidade do ar, abrigam os pássaros, as de folha caduca dão sombra no Verão e deixam passar o Sol no Inverno, etc. E depois há ainda as funções, digamos, de ordem estética e psicológica como a presença da Natureza dentro da cidade ou a marcação do tempo cíclico das estações e do tempo linear dos anos.

Uma árvore de arruamento com bom porte constitui uma enorme contribuição para a qualidade do espaço público urbano e no entanto constata-se com consternação que se tem erradicado paulatina mas firmemente as árvores das ruas de Leiria entre podas radicais e simplesmente o corte total.

As árvores da Av. 25 de Abril foram retiradas porque não se via o Castelo a partir do Estádio durante o Euro 2004 e ainda passámos a ter que ver o Estádio a partir do Castelo. As da rua Dr. José Jardim, volta e meia, têm sido “raptadas” por razões desconhecidas, as da Av. Marquês de Pombal foram substituídas por umas novinhas em folha e com poucos km mas muito mais pequenas é claro. Infelizmente exemplos não faltam.

Ribeiro Telles no seu livro "A Árvore" refere: “Todos os anos no fim do Inverno saem (…) brigadas de homens armados de serrotes e tesouras a podar os arvoredos das ruas das cidades”.

Uma destas brigadas atacou neste fim de Inverno princípio de Primavera algumas ruas da cidade de Leiria, levando-nos as flores da Primavera e a sombra do Verão...

in Diário de Leiria, 26 de março de 2012

terça-feira, 20 de março de 2012

Vamos concretizar a cidadania 2.0!

MICAEL SOUSA
Membro da Direcção da ADLEI

A Internet mudou, tornou-se 2.0! Mudou o sentido da informação e a facilidade de acesso! A WEB2.0 está agora nos nossos computadores, nos nossos telemóveis e até nas nossas televisões e com ela um novo modo de navegar pela rede: o modo interativo bidirecional. Hoje facilmente se pode divulgar e partilhar conteúdos de um modo que seria inimaginável há uns anos atrás. A WEB2.0 está a democratizar o acesso e partilha de informação, e com isso também a própria sociedade. Todos os dias nascem e florescem novos blogues, de autores prováveis e improváveis, existindo criações para todos os gostos e objetivos. As próprias Redes Sociais Virtuais, para além ou em conjunto com os blogues – pois tudo é conjugável -, permitem um modo ainda mais directo de partilhar e receber informação. As ferramentas à disposição dos cidadãos para comunicar entre si são hoje inacreditavelmente fáceis de usar e com um poder e alcance comunicativo sem precedentes. Com a WEB2.0 surge a oportunidade para uma cidadania2.0! Mas, apesar disso, nem tudo é automático.
Existem condições tecnológicas para uma nova cidadania, mas só o simples facto da WEB2.0 a puder suster não significa que a possa concretizar. É preciso mais que isso (tal como ter voz não concretiza só por si a cidadania). É preciso vontade e responsabilidade. É preciso desenvolver um forte espírito cívico associado às novas tecnologias!
Para que o potencial desta cidadania2.0 se concretize é preciso passar das partilhas e sinergias virtuais às práticas responsáveis. Será necessário que os cidadãos transformem aquilo que discutem e partilham na rede em atos cívicos concretos. A WEB2.0 pode ser o meio, mas nunca o fim. As ferramentas são cada vez mais. Haja então coordenação, formal ou informal, para essa nova cidadania.
Concretizar esta nova cidadania, mais informatizada e tenológica, com acesso à informação e capacidade de intervenção em tempo real, deverá ser também uma causa política (partidária ou não). Os eleitos por representação democrática - os políticos no sentido restrito do termo - deverão começar também por criar as condições para despoletar nos cidadãos que representam um novo envolvimento cívico, tendencialmente mais tecnológico, informado e capacitado para o exercício da cidadania ativa. Poderíamos começar com coisas tão simples como partilhar as datas, horários e locais das Assembleias de Freguesia e Assembleias Municipais mas Redes Sociais. Poderíamos colocar online fóruns de discussão, devidamente moderados, e onde os cidadãos pudessem apresentar ideias e propostas ao poder local e até nacional. No fundo algo que se relacionasse também com as tendências da Democracia Participativa: orçamentos participativos, consultas deliberativas, Agendas XXI, etc.
Podíamos tudo isso! Espero que queiramos!

in Diário de Leiria, 12 de Março de 2012

segunda-feira, 12 de março de 2012

Reativação da Sedes Leiria

O Núcleo SEDES – Leiria arrancou num dia histórico- o Dia Internacional da Mulher- daqui a um ano faremos o balanço da atividade do núcleo.


Sublinho a importância deste facto: integrar um parceiro como a SEDES  com uma relação privilegiada com a ADLEI ( a primeira Associação com quem estabeleceu um protocolo ainda em vigor) só pode significar que o projeto Leiria Região de Excelência ficará mais reforçado e enriquecido.
Este Núcleo desenvolverá também ações  dirigidas aos jovens  mostrando que é possível preparar espaços de cidadania  e de liberdade  de opinião tendo em vista a construção de decisões e de escolhas, fundamentadas na Constituição da República Portuguesa, que promovam o desenvolvimento económico e social da Região de Leiria e do País

ANA NARCISO
Membro da Direção da ADLEI

Conferência "Classe Média: Ascensão e Declínio" - Uma iniciativa da Arquivo, ADLEI e Jornal de Leiria

No passado dia 7 de Março decorreu na Livraria Arquivo a primeira sessão de um novo ciclo de conferências que pretende trazer a Leiria autores, estudiosos e investigadores para reflectir com os leirienses. Nesta primeira sessão, organizada pela Livraria Arquivo, ADLEI e Jornal de Leiria, a conferência foi dedicada ao livro “Classe Média: Ascensão e Declínio” da autoria de Elísio Estanque (reputado sociólogo, professor e investigador da Universidade de Coimbra) e editado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS). Na conferência participou também o professor Ricardo Vieira da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (ESECS) do IPL e como moderador o Eng.º Micael Sousa em representação da Direcção da ADLEI.


Elísio Estanque, depois de uma breve análise e algumas citações da obra por parte de Ricardo Vieira, abordou de modo conciso as partes e principais conteúdos do seu recente livro. Dividiu a sua intervenção, tal como está dividida a obra em causa, em duas partes: a primeira dedicada ao enquadramento sociológico do fenómeno das classes médias de um modo geral; e a segunda parte dedicada ao caso concreto da classe média nacional. Salientam-se algumas ideias partilhadas pelo autor como: a questão da mobilidade social; a importância no ensino no desenvolvimento da classe média e da própria ascensão social; a desestruturação da classe média portuguesa; os movimentos sociais, cívicos e políticos; entre muitos outros.
A sessão continuou com algumas questões colocadas por Micael Sousa precedidas das respostas do autor. Deu-se então início ao debate onde se completou e aprofundaram vários assuntos e temas relacionados com o tema e conteúdos do livro, isto com um público interventivo que animava a sala repleta do primeiro piso da Arquivo.
A sessão terminou com o autor a conversar, já depois de encerrada formalmente a conferência, com as pessoas que no final a ele se dirigiam para algumas assinaturas e recordações escritas nos seus livros do evento que assim terminava.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Que mapa?

ANA NARCISO
Membro da Direção da ADLEI 

Numa das últimas tertúlias  na NERLEI foi  abordada a problemática da Reorganização Administrativa Territorial Autárquica.  Estavam em apreciação as propostas do “Livro Verde” que não mereceram a aprovação, quer do órgão que representava as Freguesias – a ANAFRE –, quer dos autarcas ali presentes. Pergunto o que mudou com a nova proposta? Aparentemente nada. A ANAFRE já anunciou  o seu propósito de: “rejeitar a Proposta de Lei nº 44/XII, por, na sua substância, impor a agregação de Freguesias com caráter obrigatório, segundo o critério da aplicação de percentagens.” Foi assim com o “Livro Verde” continua assim com esta  proposta  de Lei. Alegadamente as posições reforçaram-se, a confusão instalou-se. Porque se no documento anterior havia freguesias “descansadas”, porque  não seriam atingidas, agora  e, subitamente, podem estar em processo de agregação. 

Não sei como vai terminar este processo, sei apenas que quem governa os Municípios e quem dirige as Assembleias Municipais têm aqui um momento único para mostrarem o que querem para o futuro dos seus munícipes. Não basta ganhar eleições e gerir  o dia a  dia;  há que liderar, esclarecer, argumentar e depois decidir. Intuo que há um consenso generalizado sobre este ponto: unir freguesias deveria ser o culminar de um processo e não o seu início; pois…. desde que não fosse nem o meu município, nem a minha freguesia. Infalível. Qualquer mudança origina reserva e desconfiança: agregar Municípios… já não será para os meus dias. Mas podemos construir um caminho;  gostaria, por exemplo, que houvesse um consenso alargado entre partidos do arco da governação para que  o resultado final fosse sustentado e selado num compromisso definitivo; ou seja  a reorganização do território não devia  estar sujeito à tentação  voraz de qualquer programa eleitoral local ou nacional.

A tertúlia na NERLEI em parceria com a ADLEI, foi capaz de reunir sensibilidades e pontos de vista diferentes longe da pressão partidária. Assim fomos capazes de identificar vantagens e inconvenientes num registo sereno e sem sobressaltos. Registei  interrogações  pertinentes de alguns jovens que ainda hoje recordo: que exemplos  querem deixar às novas gerações? Que novos paradigmas são capazes de criar? Porquê continuar com um modelo  com mais de um século  onde as novas tecnologias  não tinham lugar? Vamos deixar  muito trabalho por fazer: é melhor habituarem-se. 

in Diário de Leiria, 27 de fevereiro de 2012

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Que região, que participação, que desenvolvimento?

JOSÉ CHARTERS MONTEIRO
Presidente da ADLEI

A ADLEI tem desenvolvido ao longo de mais de duas décadas um papel de consciência cívica e colectiva; tem defendido a participação cívica como meio para o conhecimento dos problemas e para estabelecer objectivos comuns e úteis à população da Região de Leiria. Em parceria com o associativismo social, cultural e económico e com uma prática crítica, mas colaborante, junto da Administração Central, Descentralizada e Local, a ADLEI reafirma o propósito de um melhor desenvolvimento para a Região e a elevação das condições de vida dos seus cidadãos, com positivo reflexo para o País.

QUE REGIÃO?
A Região de Leiria, a área onde mais forte é a sua influência, engloba mas excede a histórica delimitação do distrito; abrangido pelas unidades territoriais NUTS/Centro – Pinhal Litoral e Oeste, é um território muito diferenciado, habitado por uma população experiente e com amplo espectro de actividades. Esta complementaridade de recursos e de aptidões explica o percurso do seu desenvolvimento e o sucesso das suas iniciativas.

QUE PARTICIPAÇÃO?
Participar na definição de estratégias e actuar no terreno com outras entidades públicas e privadas, com os cidadãos, está na génese da ADLEI, é o seu bilhete de identidade e o seu compromisso para com a Sociedade. Se por um lado se torna necessário uma operacionalidade que se estenda a toda a Região de Leiria, até pela dimensão crítica e quantitativa (pouco mais de meio milhão de habitantes), por outro é desejável que se estabeleçam fortes conexões entre todas as entidades da Região para que se rentabilizem competências já existentes, capazes de produzir uma governação esclarecida, partilhada e eficaz, que proporcione bons resultados para a Região e seus habitantes. Será este, também, o nosso melhor contributo para o País.

QUE DESENVOLVIMENTO?
A par de acções de iniciativa mais directa da ADLEI, como o Projecto Cidadania Activa, a Provedoria do Cidadão, o Projecto Agro-paisagem, debates e outros eventos, estão em curso importantes acções conjuntas participadas pela ADLEI e de que se destaca a Plataforma Linha do Oeste e Leiria Região de Excelência. Esta, é uma iniciativa conjunta com o NERLEI, o CIMPL, o IPL, tendo por objectivo contribuir para a qualificação da Região de Leiria, assumindo-se a excelência como uma prática de melhoria contínua nos diferentes níveis: cultural, social, administrativo (público e privado), económico, científico, político. O Fórum Leiria, Região de Excelência é um espaço de debate, de reflexão, veículo privilegiado para conhecimentos e correntes de opinião, para a intervenção na Região, identificando prioridades, soluções e a concretização da melhoria da Região e da qualidade de vida. Participação cívica e criação de confiança entre os agentes – Administração pública, empresas, associações de sector e cívicas, cidadãos – convergem num único e comum objectivo: a excelência da Região de Leiria. Participação, coordenação, plena utilização dos recursos humanos e profissionais, irão permitir dar resposta ao objectivo prioritário: criar riqueza num ambiente de consistência territorial e social.

in Diário de Leiria, 13 de Fevereiro de 2011

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

ADLEI elege novos órgãos sociais

No passado dia 6 de Fevereiro '12 foram eleitos em Assembleia-Geral os novos corpos sociais da ADLEI - Associação para o Desenvolvimento de Leiria, sendo a Direcção presidida por José Charters Monteiro,a Assembleia por Anabela Graça e a Comissão Revisora de Contas por José Carreira.

Tendo como objectivo para o biénio 2012-2014 o reforço da participação cívica, baseada no conhecimento da região, dos seus recursos potencialidades, serão áreas de intervenção da ADLEI a economia, a educação, o ambiente (e especificamente o ordenamento do território e a estrutura urbana da região)  e a sociedade, demografia e sustentabilidade.

Estrategicamente, à ADLEI caberá estabelecer, no imediato horizonte territorial e administrativo, uma rede de forte interacção com os intervenientes e entidades presentes e actuantes na região de Leiria. Participação e diálogo serão determinantes para estabelecer novas hipóteses de desenvolvimento da região, definir-lhe os contornos e o seu posicionamento no espaço nacional e europeu.

Direcção: José Charters Monteiro (presidente), Ana Narciso, António Marques da Cruz, Cláudio Jesus, Diogo Gaspar, Elisabeth Guerra, Luís Perfeito, Micael Sousa, Rosário Neves

Assembleia-Geral: Anabela Graça (presidente), José Augusto Esteves, Anabela Frazão

Comissão Revisora de Contas: José Carreira, Filipa Alves, Francisco Vieira

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Eng.º José Ribeiro Vieira - um homem de coragem

TOMÁS OLIVEIRA DIAS
Ex-Presidente da ADLEI 

Causou grande emoção entre nós a morte do Engº Ribeiro Vieira. A Comunicação Social, a par de muitas figuras nacionais e locais, assim como colaboradores e amigos, expressaram publicamente o seu desgosto prestando-lhe sincera homenagem. Alguns poderão pensar que está tudo dito a seu propósito. Não sou dessa opinião. Julgo que a sua vida e o seu exemplo merecem uma reflexão mais profunda nas suas várias facetas.

Vêm-me à memória as suas «crónicas sem título», que marcam de forma indelével a sua fase final de maturidade plena e de sabedoria. Leitor assíduo dessas crónicas, recordo em especial a que dedicou a Leonel Costa, falecido pouco tempo antes. Podemos imaginar com que emoção o terá feito, companheiros na vida e, agora, na morte. Essa presumível emoção, porém, não transparece do seu texto escrito com serenidade e traçando objectivamente o perfil de quem com ele tinha muitas afinidades e que agora o precedia.

É que Ribeiro Vieira foi sempre um homem de coragem e de serenidade nos vários campos da sua actividade. Podia não estar de acordo, manifestando a sua opinião, mas sempre sem perder o «fair play». Pautou a sua vida pela defesa da aldeia que o viu nascer, da cidade onde exerceu a sua actividade, da região onde estava inserido, do país que sempre trazia no coração.

Como empresário abalançou-se com sucesso a muitos empreendimentos que impulsionava de perto, sem virar a cara aos riscos que teve de correr. Como político, defendeu sempre a democracia com papel activo como militar na revolução Agiu sempre de harmonia com as suas ideias sem se vincular a qualquer força partidária, embora defendendo os partidos. Agiu como independente conforme as suas convicções e aquilo que considerava serem os interesses nacionais e locais. Nunca cedeu a pressões. Era um homem de coragem.

Nos domínios da comunicação social, abalançou-se ao lançamento de um novo jornal, que, na época, muitos julgaram votado ao insucesso e, afinal, tem sido um grande factor de progresso cultural e de desenvolvimento da nossa região. Também aqui foi um homem de coragem.

Nos domínios do associativismo, como presidente do Nerlei, teve papel muito importante na defesa da actividade empresarial do concelho e do distrito,  lançando múltiplas iniciativas, estabelecendo contactos e organizando reuniões,  com altos responsáveis. 

Nos domínios do associativismo cívico, foi um dos fundadores da ADLEI, que apoiou activamente, facultando-lhe as primeiras sedes e intervindo em muitas das suas realizações. Recordo também a sua actividade como presidente da ADLEI e os esforços que desenvolveu no sentido de Leiria ser considerada uma Região de Excelência. Também em matérias de desenvolvimento regional e social foi um homem de coragem.

Por tudo isto e pelo o que ficou por dizer a nossa gratidão. Espero que o seu exemplo perdure e sirva de referência às novas gerações.

in Diário de Leiria, 30 de janeiro de 2012

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Falecimento do Sr. Eng.º José Ribeiro Vieira - Presidente da Assembleia Geral da ADLEI


É com profunda tristeza que a Direcção da ADLEI comunica o falecimento do Engenheiro José Ribeiro Vieira, insigne cidadão de Leiria e do Mundo, seu co-fundador, presidente da ADLEI em 2008/2009 e actual presidente da Assembleia Geral. Um exemplo de cidadania, empreendedorismo e de dedicação à sua região. 

Perdemos um amigo.

“Morre(u) uma parte de nós”.


A Direcção da ADLEI,

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Convite «Educação Superior e Desenvolvimento - Um Estudo Prospectivo do Ensino Superior em Portugal»

A ADLEI divulga a apresentação do livro do seu associado, Professor Luciano de Almeida, intitulado Educação Superior e Desenvolvimento - Um Estudo Prospectivo do Ensino Superior em Portugal.

O autor propõe uma reorganização da rede de estabelecimentos de ensino superior, como forma de responder a um acréscimo significativo da procura do ensino superior e da formação ao longo da vida.

A apresentação está a cargo do também associado da ADLEI, Professor Carlos André, e terá lugar na Arquivo Livraria, em Leiria, pelas 19h do próximo dia 20 de janeiro.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Cidadania activa

GRAÇA SAMPAIO
Associada da ADLEI

Cidadania tem a ver com os outros. E nós estamos cada vez mais centrados em nós próprios. Temos – aqueles que têm – a nossa casa, os nossos equipamentos, o nosso carro, o nosso emprego, a nossa família e pensamos que tudo isto nos basta para sermos cidadãos felizes. E, de facto, assim parece. O pior acontece quando uma ou outra destas componentes falha e nos começamos a sentir sozinhos, incompletos, infelizes.

Muitas vezes, só quando nos acontece um percalço na vida nos apercebemos que não existimos só nós e há que lançar mão do que os outros tenham para nos oferecer – e têm muito!

Muitas horas se gastam nas escolas (e que agora se perderão mercê da última operação cirúrgica realizada nos currículos) a educar as crianças e os jovens para a cidadania, que mais não é que prepará-los para uma vida de convivência democrática no cumprimento de todos os direitos humanos sempre indissoluvelmente aliados a determinados deveres que concorrem de igual modo para essa convivência. O sentido do dever para com o próximo, para com os membros da família, da comunidade, do país, é das facetas da cidadania que a escola teima em inculcar nos alunos desde as idades mais verdes.

Assim, tem-se preparado os jovens para o exercício de uma cidadania ativa levando-os a realizar atividades que em tempos nada tinham a ver com a escola e que são, por exemplo, trabalhos de voluntariado, de visita a lares de idosos, convívio real com crianças e jovens diferentes, de organização de pequenos bancos alimentares, de visitas a hospitais, no intuito de que amanhã consigam ser verdadeiros cidadãos ativos.

Muitos deles, porém, mercê da sua educação de base e das vivências a que estão sujeitos nos ambientes muitas vezes degradados, ou apenas de verdadeiro egoísmo, em que se movem, dificilmente conseguem absorver aqueles ensinamentos e aí temos adultos, como muitos de nós conhecemos bem, capazes de desrespeitar os idosos e as crianças, dominar pelo medo as pessoas mais frágeis exercendo sobre elas violência. A violência doméstica e o abuso de crianças a que se assiste, incompreensivelmente, cada vez mais, são dos maiores flagelos e das maiores vergonhas a que assistimos – quantas vezes sem nada fazer ou dizer – dentro de uma conjuntura histórico-geográfico-social que tem – ou deveria ter – todos as ferramentas para, senão evitá-las, pelo menos combatê-las.

E, como comecei, termino: a Cidadania tem a ver com os outros, mas lembremo-nos que, muitas vezes, os outros podemos ser nós.

in Diário de Leiria, 16 de janeiro de 2012

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

ADLEI apresenta conjunto de lembranças ao Presidente da Câmara Municipal de Leiria

A Direção da ADLEI apresentou a Raúl Castro, Presidente da Câmara Municipal de Leiria, um conjunto de lembranças que são o enunciado das necessidades prioritárias da população. O encontro teve lugar a 6 de janeiro e corresponde à última iniciativa pública desta Direção, em final de mandato.

Social
1.Criar um sistema de tele-assistência para as pessoas idosas;

Segurança
2. Manter a exigência do reforço de segurança de proximidade por agentes policiais nas zonas críticas da cidade;

Juventude
3. Promover a participação dos jovens com a constituição de um Conselho Municipal da Juventude;

Centro Histórico
4.Concluir e aprovar o Plano de Pormenor do Centro Histórico e desenvolver um programa de Reabilitação do Centro Histórico com iniciativas calendarizadas para os próximos anos;
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5.Criar as condições para a instalação da Loja do Cidadão no centro da cidade;
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6.Monitorizar o estacionamento no centro da cidade – manutenção regular dos parquímetros e diminuir o preço do estacionamento;


Acessibilidades

7.Reestruturar a rede de transportes públicos locais de forma a tornar Leiria um concelho mais acessível e com maior mobilidade e amigo do Ambiente;
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8.Assumir uma maior intervenção e liderança da manutenção da linha do Oeste de passageiros, da sua modernização e melhorar a ligação à cidade através dos transportes rodoviários;


Turismo

9.Avaliar o impacto da construção de um sistema de acesso mecânico ao Castelo de Leiria;
Ambiente

10.Controlar os sistemas de recolha e tratamento adequado de todos os efluentes agro-industriais e dar imediata prioridade à despoluição suinícola;

Educação

11.Melhorar a qualidade das atividades de enriquecimento curricular no 1ºciclo;


Cultura e Desporto

12. Melhorar a utilização das infra-estruturas culturais e desportivas e potenciar o seu aproveitamento pelas freguesias.

Tempos de crise, tempos de acção


JOSÉ AUGUSTO ESTEVES
Membro da Direcção da ADLEI 

Com as medidas já anunciadas e o vasto programa de dolorosa austeridade imposto ao país, 2012 será um ano de acrescidas dificuldades para uma grande parte dos portugueses, de agravamento da crise económica e de injustificados dramas sociais. Mas seja qual for a leitura e a perspectiva que cada um tenha acerca do que será o ano que agora dá os primeiros passos, ele não pode ser um tempo de aceitação resignada de opções que não são únicas, nem neutras e muito menos inevitáveis, quer no plano nacional, quer no plano local.
Para aqueles que assumem um compromisso de intervenção cidadã, este é um tempo ainda mais exigente de acção. Desde logo, mantendo uma viva vigilância crítica em relação aos que à sombra da crise e por sua causa passaram a adiar e até a condenar em definitivo antigas e justas aspirações das populações, de que é exemplo o que está a acontecer com a Linha do Oeste. Mas, acima de tudo, contribuindo para manter viva a exigência e a procura de solução de muitos problemas que a comunidade em que nos inserimos enfrenta. Uns serão problemas que assumem uma nova amplitude com a crise, agravadas pelas opções de política económica e social que estão a ser tomadas, como é caso do desemprego e da pobreza que não podem ser calados e aceites de forma conformada, incluindo pelos poderes locais. Outros serão problemas que há muito se arrastam e são imprescindíveis ao desenvolvimento local e regional.
A crise não pode ser pretexto para adiar por mais tempo uma solução para a despoluição da Bacia do Lis, nomeadamente o grave problema da recolha e tratamento dos efluentes agro-industriais e prioritariamente a concretização do sistema de despoluição suinícola que agora conhece um novo e inexplicável contratempo com o auto afastamento da Simlis/Águas de Portugal desse projecto. Assim como as dificuldades financeiras não podem explicar os atrasos na conclusão e aprovação do Plano de Pormenor do Centro Histórico de Leiria ou da revisão do plano Director Municipal, dando resposta a sentidas aspirações das populações que sentem o desenvolvimento das suas terras cerceado.
São insistentes os convites ao conformismo e à resignação, mas esses não são os nossos desejos para o ano novo que aí está.

in Diário de Leiria, 2 de Janeiro de 2012