quarta-feira, 30 de março de 2011

«Leiria tem problemas de competitividade»


Estratégia, desenvolvimento, massa crítica, competitividade, criação e liderança são alguns conceitos que a região de Leiria tem de seguir para se afirmar no contexto nacional. Assim pensam responsáveis de associações, entidades e políticos, que procuraram responder a pergunta "O que fazer pela região?", numa acção promovida pela Adlei - Associação para o Desenvolvimento de Leiria.

A região de Leiria tem um "índice de desenvolvimento acima da média mas com problemas ao nível da competitividade". Assim pensa o professor universitário de Economia e Gestão José Cadima Ribeiro, que se propôs responder a questão "O que é hoje a região?", numa iniciativa da Adlei - Associação para o Desenvolvimento de Leiria, que juntou, anteontem, responsáveis de associações e entidades e políticos, no Mimo - Museu da Imagem em Movimento.

O objectivo abrangente era encontrar respostas para a pergunta "O que fazer pela região", mas, primeiro, o investigador e associado da Adlei deu algumas respostas e directrizes centradas na região do Pinhal Litoral, que integra os concelhos de Leiria, Pombal, Batalha, Porto de Mós e Marinha Grande.

No desempenho demográfico, entre 1995 e 2007, o "Pinhal Litoral teve o melhor desempenho", face a "um conjunto de atributos e dinâmicas que permitiram que se diferenciasse de outros territórios". No entanto, "o bom desempenho deste território não se ficou a dever em ganhos de produtividade, pelo contrário, ficou a dever-se à taxa de participação e a dinâmica demográfica", esclareceu José Cadima Ribeiro.

Usando dados da OCDE e do Instituto Nacional de Estatística, entre outras fontes, o professor universitário esclareceu que "o território [Pinhal Litoral], pensado globalmente, apresenta muito bom desempenho à escala do País, sendo certo que esse bom desempenho configura contributos muitos positivos de algumas vertentes, contrapondo algumas outras que puxam para trás o território".

Ou seja, o Pinhal Litoral aparece, nos últimos anos, em segundo lugar no Índice Global de Desenvolvimento Regional e Competitividade entre 30 unidades territoriais, mas está abaixo do índice médio de competitividade.

"Na medida em que no contexto actual é preciso reunir massas críticas para os territórios se projectarem dentro e fora do País em termos de concorrência e competitividade no quadro actual da economia, o Pinhal Litoral está mal posicionado, porque há vários outros territórios que conseguem reunir massas críticas significativamente superiores a Leiria. Obviamente há um problema que deve despertar preocupações em termos de equação estratégica", explicou José Cadima Ribeiro.

"Curiosamente, na componente de coesão social a situação não é muito má". O Pinhal Litoral está em terceiro lugar na componente de Coesão (elementos sociais e culturais), e é essa componente que "compensa quer a componente de competitividade quer a componente ambiental", que são "francamente penalizadoras", frisa.

"Continuo a questionar-me se o território tem uma estratégia. Eu acho que não tem. Isto é, há uma estratégia, mas é passiva, portanto, uma estratégia que resulta de inércias e não uma estratégia que é assumida", adiantou o investigador, sublinhando que o facto de do distrito fazerem parte concelhos que integram o Pinhal Interior Norte, o Pinhal Interior Sul e o Oeste, "cria a ambiguidade do que estamos a falar quando nos referimos à região de Leiria".

O docente concluiu que há a necessidade de trabalhar na criação de "uma liderança colectiva, e que não tem de ser, apenas, da componente política, mas deve, desejavelmente, ser uma liderança que conjugue os aspectos de afirmação institucional e a cooperação sócio-cultural".

in Diário de Leiria, 29 de Março de 2011
 (Nuno Henriques)

segunda-feira, 28 de março de 2011

Associado da ADLEI cria movimento

O associado da ADLEI Micael Sousa criou o Movimento Anti-Corrupção. Dinamizado através da internet, o movimento visa alertar para o problema social da corrupção em Portugal, mas também discutir e apresentar soluções possíveis para o combate deste problema.

Na opinião dos responsáveis, a luta contra a corrupção passa pelo esclarecimento e responsabilização dos cidadãos, propondo uma actuação nas escolas e universidades, além da criação de uma petição, dirigida ao Presidente da Assembleia da República.

O projecto concorre no Movimento Milénio, uma iniciativa do jornal Expresso e do Millennium bcp, que visa revelar caminhos e tendências com impacto na vida dos portugueses. O blogue do movimento está a concurso no The BOBs - The Best os Blogs Deutsche Welle Blog Awards, na categoria de Activismo Social.

sábado, 26 de março de 2011

Reunião Aberta «O que fazer pela minha região?»

A ADLEI convida os seus associados para a reunião aberta «O que fazer pela minha região?». A iniciativa decorrerá no próximo dia 28 de Março de 2011, pelas17h, no M[i]MO - Museu da Imagem em Movimento, junto à Igreja de São Pedro (Leiria).


Conferências «Prevenir a Violência nas Escolas»

A ADLEI e o Centro de Formação da Rede de Cooperação e Aprendizagem (RCA) convidam V. Ex.ª, a assistir às conferências no âmbito da temática «Prevenir a Violência nas Escolas», a realizar nos dias 30 de Abril e 7 de Maio, pelas 15 horas, no Auditório 1 da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais, em Leiria. Aceda ao programa na imagem abaixo.

Despoluição do Rio Lis


COMUNICADO

 Despoluição do Rio Lis

Que solução?

A Associação para o Desenvolvimento de Leiria (ADLEI) não pode deixar de repudiar as descargas ilegais nas linhas de água do que parecem ser efluentes suinícolas brutos. É um problema grave e que todas as soluções que foram apresentadas até agora parecem afastar-se cada vez mais da sua concretização. São muitos anos de expectativa, de esperança, de acreditar que a nossa região poderia finalmente requalificar-se e apresentar-se como uma região de excelência - cujo reconhecimento é há muito merecido. 

A ADLEI acompanhou os processos, questionou as entidades responsáveis, disponibilizou-se e continua a disponibilizar-se para contribuir para a solução deste problema. Sem continuar a pensar nos culpados, que todos conhecemos, perguntamos: o que é preciso acontecer para que a solução seja finalmente encontrada e implementada? Por que é que este sector tem tido um tratamento de excepção? Será preciso faltar novamente a água em Leiria? Será preciso que a União Europeia se lembre de questionar o Estado Português sobre a obrigação assumida há pelo menos 10 anos de resolver o problema da despoluição da bacia hidrográfica do Lis? E possivelmente obrigar o Estado Português a devolver fundos que recebeu para construir sistemas de tratamento de efluentes domésticos? E estes, que embora cumpram a sua missão, para que servirão se as descargas ilegais continuem?

domingo, 6 de março de 2011

Geração encravada

ANA NARCISO
Associada da ADLEI


Temos uma geração “à rasca” outra endividada e uma outra encravada entre um passado que não escolheu e um presente que os ignora - a geração sénior - silenciosamente encravada. A este propósito, recordo uma piada registando um diálogo entre avó e neta que fez furor nas caixas de correio electrónico:

- Com a tua idade, eu, já trabalhava!

A neta respondeu:

- E eu com a tua idade, ainda, estarei a trabalhar!

Num diálogo tão simples está lá tudo: a mágoa de uma vida que já passou e a perspectiva de um futuro sem chama.

Como romper este círculo vicioso?

Alterando e adaptando padrões de comportamento incompatíveis com a mudança provocada pelo aumento da longevidade da população. Um benefício evidente não pode ser transformado em pesadelo, porque os responsáveis pela gestão da polis não reagem a factos; incontornaveis para uma geração que se vê excluída, mas que supostamente devia continuar activa e de bem com a vida.

Exigem-se de medidas dirigidas a esta franja (?) da população que quer continuar autónoma , mas que se vê privada de o fazer, refugiando-se em casa à espera de outro dia igual a outro e a outro e a outro. Alguém já exigiu a mudança dos horários da Rodoviária Nacional imutável há mais de 50 anos? Como se podem deslocar aos centros de saúde ou a espectáculos e a outros bens culturais quando não há transporte compatível com a projecção de um filme ou de uma palestra? E neste cenário a geração “à rasca” e a geração – silenciosamente – encravada encontram-se… reféns de uma boleia… O acesso através de transportes públicos é quase inexistente; a dependência é total, a resignação uma fatalidade que gera depressão e revolta.

Há um público à espera de ser contemplado e integrado nas preocupações de quem governa: há gente que deseja participar, intervir e interagir. Há salas de espectáculos por esgotar, palestras por preencher, passeios por dar, cursos por frequentar, por gente, silenciosamente, à espera … que sejam lembrados para além da caridade de uma sopa ou de uma visita apressada. Governar é prever e prover. Porquê adiar?

in Diário de Leiria, 28 de Fevereiro de 2011