No passado dia 10 de Setembro '10, a ADLEI organizou um encontro com o objectivo de promover o debate em redor da violência nas escolas, incentivando a partilha de estratégias e actuações consentâneas entre os vários agentes.
A presidente da Direcção da ADLEI, Anabela Graça, e o presidente da Câmara Municipal de Leiria, Raúl Castro, deram as boas-vindas, e a reflexão iniciou-se com a exibição de dois filmes alusivos ao tema, vencedores do concurso Cineastas Digitais, promovido pelo Centro de Competências Entre Mar e Serra.
O moderador do Fórum, José Manuel Silva (vice-presidente do Instituto Politécnico de Leiria), afirmou a urgência de promover o trabalho em rede entre instituições, para melhorar o clima das escolas, promovendo a prática do benchmarking, isto é, a aplicação criativa de boas práticas.
Amélia do Vale (professora do Agrupamento de Escolas Dr. Correia Mateus) começou por afirmar que os professores compreendem a linguagem da violência e, acima de tudo, procuram nos alunos violentos o que lhes falta e que os conduz ao exercício da violência. No seu projecto, Oficina do Comportamento, a docente refere que o objectivo é agir para recuperar os alunos violentos no sentido de lhes dar «uma casa escolar», reintegrando-os segundo as estratégias usadas para os sem-abrigo.
Bruno Soares (subcomissário da PSP), informou que o Programa Escola Segura abrange cerca de sete freguesias, quarenta e sete estabelecimentos de educação e ensino, dezoito mil alunos e dois mil docentes e auxiliares de educação. Os objectivos deste programa centram-se na segurança das áreas envolventes das escolas (percurso escola-casa e transportes públicos), na formação em escolas sobre consumos ilícitos, comportamentos cívicos, prevenção rodoviária, Internet e outras situações. A PSP aconselha sempre a denúncia de comportamentos de violência para dar lugar à actuação das autoridades, afirmando mesmo que em casos limite, as autoridades podem garantir a segurança das vítimas. O subcomissário referiu também que, em Leiria, os números são pouco expressivos e muito diferentes daqueles das grandes cidades. Assim, no ano lectivo 2008-2009 vinte e duas situações foram reportadas e no ano lectivo 2009-2010, cerca de trinta, consistindo em crimes de furto, ofensas corporais e ameaças.
Cesário Silva (director da Escola Secundária Eng.º Calazans Duarte), apresentou a sua escola indicando que, num universo de 900 alunos, foram aplicados onze procedimentos disciplinares a vinte seis alunos e que apenas dois, tiveram pena aplicada, no último ano lectivo. Referiu igualmente que o tipo de violência exercida nas escolas se torna mais grave à medida que os alunos crescem, mas ocorre em menor número, sendo praticada no espaço do recreio por excelência. Para resolver estas situações, é importante que a escola se assuma como espaço de segurança, garantida por todos os actores educativos na formação dos jovens e que deve ser feita de forma transversal. A escola deverá assumir uma atitude pro-activa, ter um olhar sobre as vítimas e os agressores, numa postura de prevenção da própria violência. Para tal existe uma equipa multidisciplinar que trabalha no GAAF (Gabinete de Apoio ao Aluno e Família), SPO (Serviços de Psicologia e Orientação) e directores de turma. A atitude perante a violência é de tolerância zero, de exigência no cumprimento das regras de conduta e de responsabilização dos encarregados de educação pelo comportamento dos seus educandos.
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Bruno Soares (subcomissário da PSP), informou que o Programa Escola Segura abrange cerca de sete freguesias, quarenta e sete estabelecimentos de educação e ensino, dezoito mil alunos e dois mil docentes e auxiliares de educação. Os objectivos deste programa centram-se na segurança das áreas envolventes das escolas (percurso escola-casa e transportes públicos), na formação em escolas sobre consumos ilícitos, comportamentos cívicos, prevenção rodoviária, Internet e outras situações. A PSP aconselha sempre a denúncia de comportamentos de violência para dar lugar à actuação das autoridades, afirmando mesmo que em casos limite, as autoridades podem garantir a segurança das vítimas. O subcomissário referiu também que, em Leiria, os números são pouco expressivos e muito diferentes daqueles das grandes cidades. Assim, no ano lectivo 2008-2009 vinte e duas situações foram reportadas e no ano lectivo 2009-2010, cerca de trinta, consistindo em crimes de furto, ofensas corporais e ameaças.
Cesário Silva (director da Escola Secundária Eng.º Calazans Duarte), apresentou a sua escola indicando que, num universo de 900 alunos, foram aplicados onze procedimentos disciplinares a vinte seis alunos e que apenas dois, tiveram pena aplicada, no último ano lectivo. Referiu igualmente que o tipo de violência exercida nas escolas se torna mais grave à medida que os alunos crescem, mas ocorre em menor número, sendo praticada no espaço do recreio por excelência. Para resolver estas situações, é importante que a escola se assuma como espaço de segurança, garantida por todos os actores educativos na formação dos jovens e que deve ser feita de forma transversal. A escola deverá assumir uma atitude pro-activa, ter um olhar sobre as vítimas e os agressores, numa postura de prevenção da própria violência. Para tal existe uma equipa multidisciplinar que trabalha no GAAF (Gabinete de Apoio ao Aluno e Família), SPO (Serviços de Psicologia e Orientação) e directores de turma. A atitude perante a violência é de tolerância zero, de exigência no cumprimento das regras de conduta e de responsabilização dos encarregados de educação pelo comportamento dos seus educandos.
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Leonor Furtado (directora-geral da Reinserção Social), fez o retrato da actuação da Direcção-Geral de Reinserção Social, serviço adstrito ao Ministério da Justiça, que actua sobre jovens com medidas privativas da liberdade (centros educativos) por factos qualificados como crime e idades entre os 12 e 16 anos. Os programas de recuperação e reinserção na comunidade compreendem acções de recuperação dos jovens, são validados por entidades externas (universidades) e homologados pelo tribunal. Estas medidas exigem interacção com as escolas, centros de saúde, polícia entre outras entidades do meio envolvente, uma vez que o principal objectivo é a prevenção da reincidência e da criminalidade.
Descreveu um projecto que nasceu da necessidade de trabalhar com as escolas a violência, a educação para os direitos, deveres e valores, sublinhando que «a outra face do direito é o dever». A situação actual é a falta de interiorização dos valores e quando os jovens chegam ao espaço escolar, a violência acontece. Através das várias intervenções, afirma que a delinquência escolar constitui o replicar dos comportamentos familiares e do meio, existindo uma grande variedade de comportamentos, factores de risco e protecção que concorrem para estes comportamentos. Daí a necessidade de trabalhar na e com a escola.
A directora-geral traçou um diagnóstico da situação, caracterizada pelo absentismo, pouco envolvimento dos pais na educação dos filhos, dificuldade na gestão funcional na família e do seu quotidiano, antecedentes criminais e antecedentes de consumos aditivos. Como factores de protecção apontou a necessidade da escola dispor de ocupação estruturada de temos livres, alternativa à escolaridade regular, com limites definidos por todos os elementos da comunidade educativa, intimidade e ligação afectiva na família e ligação da família às normas sociais e de cidadania.
O moderador, José Manuel Silva, sublinhou a necessidade de educar para os valores, definindo claramente o quadro de valores da escola e que este seja usado por todos os professores, uma vez que a actuação diferenciada face ao mesmo comportamento promove o desrespeito e a falta de interiorização das regras.
Na fase do debate foi dada a palavra ao representante da educação da CPCJ de Leiria, o docente Gil Campos, à presidente da ONG Mulheres do Século XXI, Isabel Gonçalves, à representante da Federação das Associações de Pais e Encarregados de Educação, Paula Santos, e à psicóloga da Escola Secundária Domingos Sequeira, Cristina Marques.
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Na fase do debate foi dada a palavra ao representante da educação da CPCJ de Leiria, o docente Gil Campos, à presidente da ONG Mulheres do Século XXI, Isabel Gonçalves, à representante da Federação das Associações de Pais e Encarregados de Educação, Paula Santos, e à psicóloga da Escola Secundária Domingos Sequeira, Cristina Marques.
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Esta iniciativa contou contou com o apoio do Jornal de Leiria e da Livraria Arquivo, bem como a colaboração da Câmara Municipal de Leiria, dos Centros de Formação de Professores (Leirimar, Cenformaz, Centro Formação da Associação de Escolas de Alcobaça e Nazaré, Centro de Formação da Rede de Cooperação e Aprendizagem), da Escola Superior de Tecnologia e Gestão e da Direcção Regional de Educação do Centro.
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