CLÁUDIO DE JESUS
Membro da Direção da ADLEI
Há alguns anos atrás, numa apresentação para alunos universitários, exemplifiquei com recurso a três exemplos, inadequadas práticas de cidadania para com o meio ambiente.
E os três exemplos foram: cascas de tremoços e pevides, maço de cigarros amachucado e fralda descartável já usada – todos atirados para o chão ou pela janela do automóvel! A estes exemplos poderíamos somar diversos outros, desde o clássico cuspir para o chão, apertar violentamente a buzina do automóvel (a propósito, já alguém ouviu buzinar num país nórdico?) ou mesmo deixar o cocó do cão no meio do passeio.
Todos os leitores se recordarão de ter vivenciado pelo menos uma vez na vida este tipo de práticas que, infelizmente, não parecem ter mudado muito com o passar dos anos. Se assim não fosse, não continuaríamos a ter rios poluídos (e o exemplo do Lis é bem gritante), empresas a tentar contronar encargos com sistemas de protecção ambiental (evitando investimentos em estações de tratamento de águas residuais, filtros e despoeiradores e sistemas de atenuação de ruídos).
Em 2003, a empresa regional de tratamento de resíduos sólidos urbanos, em colaboração com as Escolas Secundárias da Marinha Grande e de Vieira de Leiria, organizou uma marcha pela natureza, apelando acima de tudo, à melhoria de comportamentos cívicos dos condutores e transeuntes da estrada nacional que liga Marinha Grande a Vieira de Leiria. Resultado dessa ação? 1500 quilos de resíduos recolhidos das bermas da estrada numa manhã de trabalho levado a cabo pelos voluntários (alunos e professores) das citadas escolas. Trabalho meritório sem dúvida, mas que de pouco vale se não formos capazes de incutir nos jovens de hoje, que serão adultos amanhã, valores consentâneos com a expressão “bons cidadãos ecológicos”
E como é que isso se consegue? Com muita sensibilização e educação, sobretudo da população em idade escolar, pois jovens com hábitos ambientalmente saudáveis são o garante de um país e de uma região com futuro, salvaguardando a qualidade ambiental dos locais onde terão de viver as próximas gerações. Pensemos nisto, verão que nada custa melhorarmos os nossos hábitos quotidianos em troca de um futuro mais são e equilibrado.
in Diário de Leiria, 9 de abril de 2012
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