segunda-feira, 23 de maio de 2011

Um olhar sobre a cidade

JAIME PEREIRA
Associado da ADLEI

Numa altura de dificuldades (e em que mais dificuldades se avizinham), em que tantas vozes se fazem ouvir e em que urge a necessidade do contributo de todos, bons exemplos vão surgindo. Neste contexto, verificamos o nascimento de movimentos e a saída à rua das pessoas em iniciativas em que reinam a contestação e o inconformismo. É disto exemplo o movimento Geração à rasca que umas vezes melhor que outras vem chamando a atenção para o problema social da integração dos jovens no mercado de trabalho e que, utilizando as novas tecnologias, conseguiu juntar por todo o país centenas de milhares de pessoas a lutar pelos seus direitos.

Se, por um lado, é de saudar a luta das pessoas, a forma como denunciam os seus problemas e responsabilizam a classe política é, também, tão ou mais importante, a defesa construtiva de soluções alternativas, quer para as políticas nacionais, quer para os problemas locais e regionais.

Focarmo-nos em problemáticas colectivas e sairmos do individualismo é, hoje, mais difícil que nunca, conhecendo nós os sacrifícios que vêm a ser pedidos. No entanto, a luta pelo bem comum e a prossecução do interesse público que este salto (do individual para o colectivo) acarreta é indispensável ao despertar das consciências e ao desenvolvimento social, económico e cultural. Verificar que os bons exemplos existem é, por isso, razão para sermos optimistas. Mais quando surgem dos mais jovens, como foi o caso de alunos do 11º ano da Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo que, ao “olharem” para a sua cidade de diferentes perspectivas (património, centro histórico, cultura, ambiente, comércio, turismo e desenvolvimento económico), identificaram problemas e estudaram soluções. A apresentação dos trabalhos realizados sobre Leiria no âmbito da disciplina de Geografia teve lugar no passado dia 4, na ESECS e os contributos e conclusões são da maior relevância.

Se é por si óptimo que a Escola e os professores conduzam e orientem os alunos na vida cívica e participativa é, por outro lado, ainda melhor, notar que os alunos correspondem com gosto e seriedade.

Mais do que o futuro, o presente depende, em grande parte, da participação de todos, sendo que este tipo de iniciativas carrega uma dupla importância: a formação cívica dos alunos promovida pela escola e o contributo dos mesmos ao desenvolvimento da sua cidade, da sua região e do seu país.

in Diário de Leiria, 23 de Maio de 2011

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