terça-feira, 19 de março de 2013

Combater o desperdício, um desafio para cada cidadão.

Elizabeth Guerra
Membro da Direção da ADLEI

Durante as férias de verão da minha infância, quando ainda nem todas as casas tinham água potável canalizada, a roupa era lavada no lavadouro comunitário. A esse local ia-se por necessidade, mas também como espaço de encontro e diálogo. Lava-se a roupa e ainda os sacos plásticos. Sim, os sacos plásticos eram coisa rara naquela altura e por isso reaproveitá-los fazia parte do quotidiano.
Uma década depois, em 1997, quando estive no norte de Moçambique, também os sacos plástico não abundavam. Nos mercados tradicionais de rua, simplesmente não os havia. Então, fazia parte da rotina de lavagem da roupa, incluir os sacos plásticos para a posterior reutilização. Eram preciosos por serem necessários e não abundarem.
Hoje as condições mudaram (e bem!), há um acesso facilitado aos produtos. A disponibilidade e o baixo custo de alguns bens, incrementaram o consumo tão violentamente, que se continuarmos a este ritmo, os recursos não serão suficientes. A vida humana está comprometida para as gerações vindouras. Independentemente da gratuidade ou o baixo custo, não deverá ser desperdiçado só pelo nosso comodismo. Reduzir o desperdício tem de ser condição para ocuparmos o planeta onde vivemos. Reduzir não só o consumo do que nos sai diretamente da conta bancária, como a água ou eletricidade, mas restringir a utilização ou aquisição do que rapidamente se torna em desperdício. Por exemplo, porquê utilizar dois sacos, quando as compras cabem em apenas um? Na compra de uma pequena caixa de comprimidos na farmácia, para quê utilizar um saco, se cabe no bolso ou na mala das senhoras? Porquê deitar fora todas as embalagens do que consumimos e não reutilizar algumas, transformando-as em ofertas agradáveis ou para qualquer outra utilidade doméstica? Porquê deitar fora as cascas dos alimentos, quando podem ser cozinhadas e reaproveitadas? As boas ideias podem ser utilizadas e reutilizadas, exercitam o cérebro e não custam dinheiro! E há sempre inúmeros sítios na internet, que podem ajudar.
Há hábitos e atitudes que mudam lentamente, levam gerações. O grande desafio é mudarmos em apenas uma!
In Diário de Leiria,  7 de Maio de 2012

 

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