ADELAIDE PINHO
Ex-Presidente da ADLEI
Não será a expressão “Cidadania Activa” um pleonasmo? Mas na realidade ela faz sentido, já que todos nos consideramos cidadãos, apesar de nem sempre exercermos os correspondentes direitos e deveres; somos uma espécie de “católicos não praticantes”.
É necessário, e possível, ser-se verdadeiramente cidadão. E isso não se limita ao acto de votar ou ao desempenho de funções vulgarmente consideradas políticas; trata-se do trabalho na defesa efectiva de valores e de causas, a título individual, mas fundamentalmente no âmbito associativo, seja de carácter social, cultural, desportivo ou outro.
Todos somos necessários e só com a participação de todos será possível superar a “maldita crise”. Fazer tudo o que possa melhorar a vida de todos, particularmente dos mais fracos e vulneráveis, é um dever de qualquer cidadão responsável.
É particularmente importante que os jovens conheçam os problemas, reflictam sobre eles e proponham soluções para a sua resolução. Muitos “velhos do Restelo” dirão que elas são impossíveis de concretizar, mas são os impossíveis de hoje que constroem o amanhã. Louvo, pois, a actual Direcção da ADLEI pela aposta na participação cívica dos jovens e incito-a a continuar esse trabalho. Já li e espero ter a oportunidade de voltar a ler, agora neste espaço, textos deles.
Quanto à nossa região, os Congressos da ADLEI já permitiram fazer o diagnóstico das nossas “doenças”; falta fazer o tratamento. Confesso que, sempre que vou “para fora cá dentro”, volto um pouco triste. E este meu “trauma” pós-viagem dentro do país resulta de não ver na nossa região, como tenho visto em muitas outras, o aproveitamento das oportunidades que permitiriam resolver alguns dos nossos problemas, cujas soluções até poderiam ser gratuitas e gratificantes para quem as concretizasse. Haja quem queira agir.
in Diário de Leiria, 3 de Fevereiro de 2011
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