A bacia hidrográfica do rio Lis constitui um dos mais importantes recursos naturais da região de Leiria. Nas últimas décadas, profundas e rápidas alterações nas actividades de produção e nas estruturas sociais têm conduzido ao estabelecimento de novas relações ao nível deste território. A sua evolução não se traduziu num percurso equilibrado.
Assim, há necessidade de se ter um conhecimento deste território rural, sendo possível uma análise prospectiva que, recorrendo à identificação de tendências passadas e à situação actual se permita identificar factores de mudança com capacidade de concretização no futuro.
Fazer um estudo diagnóstico que possa servir de suporte a essas mudanças é a nossa intenção, sendo destacadas as condicionantes e/ou oportunidades a avaliar pelo poder local, regional ou central, no sentido de potenciar os recursos promovendo o desenvolvimento sustentável da bacia hidrográfica do Lis.
A importância deste projecto para a ADLEI e para os municípios de Leiria, Batalha, Porto de Mós e Marinha Grande decorre da necessidade de se considerar que a agricultura continue a desempenhar um papel fulcral num quadro de desenvolvimento rural sustentável, revestindo-se o seu planeamento e gestão de complexidade acrescida, tendo em conta a procura de soluções que simultaneamente satisfaçam objectivos de natureza económica, ambiental e social, frequentemente em situação de conflito.
A necessidade de atender à melhoria dos níveis de rendimento e de competitividade do sector – em face de mercados cada vez mais globalizados e concorrenciais – em consonância com a utilização das boas práticas agrícolas respeitadoras do ambiente e dos recursos naturais, a obtenção de produtos seguros e de qualidade, e a promoção e dignificação do tecido social rural, constituem sem dúvida importantes desafios não só para agricultores, gestores ou técnicos, mas também para os centros de decisão política.
B - Objectivos do projecto
1. Definir o Quadro Estratégico de Desenvolvimento da Agricultura, da Floresta e da Pecuária, das Actividades Extractivas na AI (Área de Intervenção);
2. Definir e promover modelos de gestão e meios humanos e materiais adequados à concretização da estratégia de desenvolvimento.
3. Contribuir para a racional utilização do solo em todas as suas vertentes, com o consequente equilíbrio ambiental e da Paisagem.
C - Fases do Projecto
1ª Fase – Depois da apresentação da ideia do projecto por um associado da ADLEI – Arquitecto José Charters Monteiro, seguiram-se reuniões de trabalho para a planificação do mesmo, assumindo a direcção da ADLEI coordenação deste projecto, contando para a direcção do projecto com o Arquitecto José Charters Monteiro. Foram feitos contactos com os Presidentes das Câmaras de Leiria, Batalha, Porto de Mós e Marinha Grande, que manifestaram disponibilidade para participar no projecto como colaboradores activos.
2ª Fase – Elaboração de um estudo com a colaboração dos técnicos das Câmaras Municipais de Batalha, Leiria, Marinha Grande e Porto de Mós – primeiro encontro com os técnicos das Câmaras no dia 21 de Junho (apresentação de uma proposta de estrutura para discussão/reestruturação, levantamentos dos recursos existentes e será estabelecido o calendário de trabalho).
3ª Fase – Divulgação do estudo à comunidade dos 4 concelhos envolvidos;
4ª Fase – Ainda a definir, de acordo com os resultados do estudo. O ideal seria criar condições para o aparecimento de um centro de apoio intermunicipal “Centro de Valorização da Agro-Paisagem da Bacia Hidrográfica do Lis", com o objectivo de apoiar os destinatários deste projecto:
1 – Gestores e Activos na produção agrícola, florestal e pecuária, actividades extractivas, na sua transformação (indústria), distribuição e comercialização.
2 – Administração Local, Regional e Central.
3 – População, em geral, enquanto consumidores e sujeitos económicos.
O conhecimento técnico permite a utilização por parte dos produtores relativamente às culturas mais rentáveis. Por outro lado o conhecimento do mercado, que passa por comunicar ao produtor qual o tipo de produto que consumidor procura mais, podendo assim adequar as suas colheitas a essa procura. Assim, todos ganham: ganha o produtor que além de escoar a produção começa a dominar as ferramentas de trabalho que lhe permite fazer crescer a sua actividade e os seus lucros, ganha o consumidor que consegue preços mais justos como tem sempre disponíveis os produtos que procura com mais garantia de qualidade, ganha a agricultura nacional que se moderniza e se torna mais forte e competitiva.
Foto: © Frans Lanting/Corbis